Tropo e Clichê

24/02/2021

Entenda a diferença

Fala galera, tudo bem?

Estão lendo e/ou escrevendo bastante?


Hoje quis trazer dois elementos bastante importantes quando se trata da nossa querida, amada e, por vezes, odiada literatura.


Você já pegou algum livro pra ler e, antes que chegasse na metade, tinha a sensação de que já havia lido algo muito parecido com aquilo antes?

Já abandonou alguma obra por, logo nos primeiros capítulos, constatar que ela se trata de "mais do mesmo"?

Essas duas perguntas podem nos guiar para o primeiro aspecto que é o que conhecemos como clichê.

O que é clichê?

O clichê, nada mais é do que, algo recorrente, algo que é usado em excesso tornando seu verdadeiro significado algo ordinário, batido.

Vemos muitos exemplos disso nos contos de fadas infantis em que todas as princesas eram indefesas e precisavam ser salvas por algum príncipe cavaleiro, altivo, montado num cavalo branco e que enfrentava grandes perigos (sem jamais correr algum risco real) para resgatá-la.

Outro exemplo bem comum é em histórias young adult em que a menina mais popular da escola é loira, branca, namora com o garoto mais popular da escola e tem rixa com a protagonista que é uma "caipira", sem jeito, sem estilo e que não quer nem um pouco ser popular. 


Essas duas situações que foram mostradas acima, retratam perfeitamente o que é um clichê. Algo que, muitas vezes, já estamos cansados de ver. Não aguentamos mais.

Eu, por exemplo, peguei uma série da Netflix, que está fazendo muito sucesso atualmente (Fate, a Saga Winx) e me deparei com a garota popular loira etc etc. Aquilo me desanimou tanto que, por mais que eu tivesse alguma curiosidade para descobrir mais sobre a história da protagonista, eu desisti de assistir.

E o tropo?

O tropo, por sua vez, é algo recorrente dentro da ficção contemporânea, mas que é utilizado para marcar características de algum gênero, a fim de facilitar ao leitor entender do que a obra se trata e se ele teria ou não interesse em adquirir um exemplar e degustá-la.

Quando se pega um romance policial, por exemplo, esperasse que haja algum crime (assassinato/roubo/tráfico), que não está bem explicado e que exista nessa história um policial/investigador/detetive que vai atrás dessas respostas.

Nas histórias de fantasia, por exemplo, é fato esperarmos um velho sábio, que se utiliza de magias poderosas para enfrentar seus inimigos, além de dar excelentes conselhos e direcionamento para quem os busca.

Perceba que neste caso, diferentemente do clichê, isso marca e caracteriza um gênero e nos auxiliam na hora de escrever/ler.


E agora que eu sei, o que eu faço com essa informação?

Na prática, é uma boa você escritor, abraçar alguns dos tropos que caracterizam o gênero e marcam o arquétipo da obra que você está escrevendo, trazendo o leitor mais segurança.

Já com relação aos clichês, o ideal (no mundo de hoje em que as pessoas querem sempre algo novo) é subvertê-los, transformá-los. Por que ao invés da princesa ser salva, não tenha que ser ela quem vai resgatar o príncipe. Por que a garota mais popular da escola não pode ser uma negra de cabelo crespo com os lábios fendidos?

Por que os elfos não podem viver menos e trabalharem em forjas e os anões viverem milhares de anos e terem maior facilidade para aprender magia?

Por que o protagonista de uma história de fantasia num pode ser um goblin ao invés de um "humano parrudo"?


Mas no final de tudo, lembre-se sempre da máxima: Literatura é arte e na arte não há regras, há padrões. Sempre terá alguém que vai gostar de ler aquilo que você escrever, mesmo que seja recheado de clichês. Tem gente que curte.


Espero que tenham gostado do artigo.

Compartilhem com outras pessoas.

Grande abraço. 

Deus os abençoe.


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